Primeira tenente índia é incorporada ao Exército brasileiro
Natural do Amapá, da etnia Waiãpi, Silvia é formada em artes e fisioterapia e está fazendo pós-graduação em gênero e sexualidade pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
A nova oficial do Exército quer que seu exemplo possa inspirar outros jovens índios espalhados por milhares de aldeias no território nacional, que muitas vezes ficam sem alternativa profissional e acabam caindo no isolamento, no vício das drogas ou até na criminalidade.
“Eu lutei para chegar até aqui, respeitando todos os ensinamentos que aprendi com os meus antepassados. Porque um povo que não preserva a sua identidade e nem guarda a memória dos seus mortos não sabe de onde veio e nem para onde vai”, afirmou Sílvia.
A militar considera fundamental a integração dos índios à sociedade formal, principalmente por meio da continuidade dos estudos. “É importante que todos os indígenas estejam inseridos nesta sociedade", disse.
Sílvia vê um papel decisivo das Forças Armadas na política indigenista do país, pois os militares têm meios e pessoal para chegar a comunidades muito afastadas e de difícil acesso, levando apoio social e exercendo ações na área de saúde.
“O Exército salvaguarda as fronteiras e a soberania do país em locais muitas vezes esquecidos. As Forças Armadas servem de suporte e apoio, com hospitais de campanha e atendimento às populações ribeirinhas.”
Ela vai passar os primeiros seis meses fazendo estágio como aspirante a oficial, quando será promovida a tenente. “Eu escolhi o Exército porque aqui eu posso ser igual a todo mundo. Aqui tem lugar para brancos, para negros, para índios. É uma força que integra toda a sociedade brasileira.”
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