O resultado dos exames da índia de 17 anos, falecida no último dia 7 de janeiro no Hospital da Restauração, indicou que a jovem faleceu devido a uma infecção generalizada, e não pela Síndrome de Guillain-Barré (SGB), como suspeitavam os médicos. Segundo a chefe de neurologia do hospital, Lúcia Brito, a paciente teve chikungunya seguida de miosite, um acometimento muscular com sintomas semelhantes à SGB e que pode ser contraído independentemente da arbovirose. Em seguida, a jovem teve uma infecção respiratória generalizada que levou à septicemia e, consequentemente, ao óbito.
Logo após a morte de Daniele Marques de Santana, uma índia da tribo Xukuru, no Agreste de Pernambuco, havia suspeita de Guillain-Barré devido à paralisia flácida dos membros, mas, ao longo dos exames, a possibilidade foi desconsiderada. "Descartamos a Síndrome de Guillain-Barré porque, além da paralisia nos membros, a paciente apresentou uma elevada taxa de enzimas musculares, registrada desde o início. Essa é uma característica exclusiva da miosite", explica a médica.
Apesar das semelhanças com a SGB, a miosite acomete somente os músculos. Na SGB, por sua vez, há um acometimento neurológico. “A miosite pode surgir a partir de outras doenças, mas essa não é uma condição frequente”, pontua a chefe de neurologia do HR. Lúcia fez questão de enfatizar que a morte não foi causada nem pela febre chikungunya e nem pela miosite.
Danielle Marques de Santana foi transferida do Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, ao HR, no Recife, no dia 28 de dezembro e foi levada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ficou internada por nove dias. A jovem era moradora do sítio Aldeia Pé de Serra, no distrito de Pão de Açúcar, em Pesqueira, também no Agreste.
Guillain-Barré
De janeiro a dezembro de 2015, foram registrados, no Hospital da Restauração, 150 casos de pacientes com complicações neurológicas. Do total, 55 pacientes foram diagnosticados com Síndrome de Guillain-Barré. Dentro dos 55 registros de SGB no ano passado, houve nove óbitos.
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