quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Líder do IDH quer valorizar cultura indígena

100% urbano e com Índice de Desenvolvimento Humano mais alto do Brasil, São Caetano do Sul faz plano para resgatar tradições dos índios

Senado/ Moreira Mariz

Agenda 21
A Agenda 21 é um compromisso assumido por 179 países durante a Rio-92 e que organiza iniciativas de desenvolvimento social, ambiental e econômico. Há três tipos de agendas: a Agenda 21 Global é assinada por todos os países e trata das políticas mundiais de crescimento sustentável; as Agendas 21 Nacionais são feitas por cada um dos governos dos países que assinaram o acordo; e as Agendas 21 Locais são elaboradas por municípios e comunidades com as ações que consideram necessárias para seu desenvolvimento. A Agenda 21 Brasileira foi elaborada por mais de 40 mil pessoas, num processo apoiado pelo PNUD, e está em fase de implementação.
Conheça o projeto
Saiba mais sobre o projeto Apoio às Políticas Públicas na Área Ambiental, do PNUD, ao qual estão ligadas as ações de incentivo à elaboração de Agendas 21 Locais.
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SARAH FERNANDES
da PrimaPagina

São Caetano do Sul, líder no ranking do IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, uma adaptação do IDH aos indicadores regionais brasileiros), planeja implantar ações para valorizar a cultura de indígenas que vivem no município, como resgate de danças, músicas, artesanato e da relação tradicional com o meio ambiente. O município da Grande São Paulo, 100% urbano, também prevê aumentar o número de árvores nas vias públicas, implantar coleta seletiva de lixo porta a porta e reduzir desperdício de energia.

Essas ações devem fazer parte da Agenda 21 do município, um plano a ser feito a partir do compromisso assumido pelos participantes da Rio 92 para preservar o meio ambiente e combater a pobreza. A iniciativa de São Caetano do Sul foi lançada em 26 de outubro. Em dezembro devem começar reuniões nos bairros para levantar as carências juto à população. Além disso, haverá reuniões quinzenais entre órgãos da prefeitura, organizações não-governamentais e moradores.

“Queremos trazer os indígenas para o debate sobre o meio ambiente e incentivá-los a participar das ações de resgate”, afirma Marcos Aguiar, da ONG Opção Brasil, que já desenvolve ações com esses grupos de São Caetano do Sul. “A Rio 92 já previa incorporar a questão indígena às Agendas Locais”.

O município abrigava, em 2000, 119 indígenas — menos de 0,1% da população local naquele ano (140.159), segundo o Censo do IBGE. De acordo com a Opção Brasil, eles vivem nos bairros periféricos do município e se dividem entre oito e nove etnias.

O plano ambiental do município também deverá prever um aumento no número de árvores plantadas. “São Caetano possui um índice baixo de vegetação e pouco espaço para ampliar. Por isso a idéia é arborizar vias públicas”, afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Osvaldo Ceoldo. “Muitas árvores devem ser plantadas próximas de residências, por isso é importante conscientizar a população da necessidade do plantio”.

O município também planeja estruturar um esquema de coleta de lixo reciclável porta a porta, como acontece com o lixo orgânico. Atualmente, há cerca de 130 pontos de coleta seletiva espalhados pela cidade. A agenda também deve criar um plano de inspeção veicular, em parceira com outros municípios, para melhor a qualidade do ar, e ações para reduzir o desperdício de energia. Já existe um projeto de lei para incentivar a utilização de placas solares em prédios públicos novos ou reformados.

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