sábado, 31 de janeiro de 2015

Após 5 horas de liberação, índios voltam a bloquear rodovia em MT

Índios de duas etnias bloqueiam desde sexta-feira (30) trecho da BR-163.
Eles cobram melhorias na saúde e pedem infraestrutura nas aldeias.

Do G1 MT

Indígenas das etnias Terena e Maben-Groke voltaram a bloquear trecho da BR-163, em Itaúba, a 599 km de Cuiabá, na tarde deste sábado (31) após a pista ficar liberada para fluxo de veículos por quase cinco horas. Pela manhã, por volta das 9h30 [horário local], os índios suspenderam a interdição e retornaram para a pista às 14h30, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não há previsão de liberação da rodovia.
Esse é o segundo dia de manifestação dos indígenas na rodovia, que cobram investimentos nas áreas da saúde e infraestrutura em benefício das comunidades, localizadas no município de Colíder, a 648 km de Cuiabá. Eles também reivindicam contra a falta de remédios, profissionais de saúde e de combustível para carros, barcos e avião. Eles também cobram a continuidade de obras de postos de saúde.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a orientação é que os motoristas evitem passar pelo trecho no quilômetro 943, onde ocorre o protesto, e sigam pela rota alternativa entre os municípios de Cláudia e Santa Helena. Cerca de 50 índios estão na rodovia de forma pacífica e não estão cobrando pedágio dos motoristas. Porém, não permitem a passagem de nenhum veículo pelo trecho.
Durante a manhã de sexta-feira (30), houve uma reunião entre representantes dos índios e o superintendente da PRF. Ficou acordado, de acordo com a PRF, que quase todas as reivindicações já estão sendo atendidas pelo governo federal. A polícia rodoviária disse que continua tentando negociar com os indígenas sem o uso da força, sob orientação do Ministério Público Federal (MPF).
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Índios Terena bloqueiam rodovia em protesto por saúde

Ariane Póvoa

Cerca de 50 índios da etnia Terena bloquearam uma rodovia no município de Itaúba, no Mato Grosso, para cobrar melhorias na saúde. O km 943 da BR-163 está bloqueado nos dois sentidos. De acordo com a PRF – Polícia Rodoviária Federal, o protesto começou às 8 horas da manhã desta sexta-feira. Motoristas estão impedidos pelos manifestantes de trafegar por esse trecho da rodovia.


A assessoria da PRF informou que não houve acordo e não existe previsão para que os índios deixem o local. Eles cobram mais investimentos na área da saúde e melhores condições de saneamento nas aldeias. Segundo a polícia, até o momento, não houve conflito com os motoristas.



A regional do Mato Grosso solicitou apoio à PRF em Brasília, para solucionar o problema. O protesto acontece a cerca de 600 km de Cuiabá.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

MS tem população indígena de 61 mil índios, 18% deles em 1 única aldeia

Viviane Oliveira
Índios Guarani-Kaiowá foram a maior população indígena em MS. (Foto: João Garrigó/arquivo)Índios Guarani-Kaiowá foram a maior população indígena em MS. (Foto: João Garrigó/arquivo)
Números divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a população indígena de Mato Grosso do Sul é de 61.737 pessoas. Apenas uma aldeia, em Dourados, concentra 18% dos índios no Estado, com uma população de 11.146.
Mato Grosso do Sul, conforme os dados do IBGE, tem a segunda maior população de índios no País. A aldeia de Dourados, que fica na área urbana, é conhecida pelos problemas de segurança, de saúde e pela pobreza em que vivem os índios.

De acordo com os dados, no Brasil a população índia soma 896,9 mil pessoas, de 305 etnias, que falam 274 línguas indígenas. Esta é a primeira vez que o órgão coleta informações sobre etnia dos povos. O levantamento marca também a retomada da investigação sobre as línguas indígenas, parada por 60 anos.

A terra indígena mais populosa no país é a Yanomami, com 25,7 mil habitantes (5% do total) distribuídos entre o Amazonas e Roraima. Já a etnia Tikúna (AM) é mais numerosa, com 46 mil indivíduos, sendo 39,3 mil na terra indígena e os demais fora.
Em seguida, vem a etnia Guarani-kaiowá (MS), com 43 mil índios, dos quais 35 mil estão na terra indígena e 8,1 mil vivem fora.
O Censo 2010 também revelou que 37,4% índios com mais de 5 anos de idade falam línguas indígenas, apesar de anos de contato com não índios. Cerca de 120 mil não falam português.
Com base nos dados do Censo 2010, o IBGE revela que a população indígena no país cresceu 205% desde 1991, quando foi feito o primeiro levantamento no modelo atual. À época, os índios somavam 294 mil. O número chegou a 734 mil no Censo de 2000, 150% de aumento na comparação com 1991.
A pesquisa mostra que, dos 896,9 mil índios do país, mais da metade (63,8%) vivem em área rural. A situação é o inverso da de 2000, quando mais da metade estava em área urbana (52%).
Na avaliação, a explicação para o crescimento da população indígena pode estar na queda da taxa de fecundidade das mulheres em áreas rurais, apesar de o índice de 2010 não estar fechado ainda. Entre 1991 e 2000, essa taxa passou de 6,4 filhos por mulher para 5,8.
Outro fator que pode explicar o aumento do número de índios é o processos de etnogênese, quando há “reconstrução das comunidades indígenas”, que supostamente não existiam mais, explica o professor de antropologia da Unicamp (Universidade de Campinas), José Maurício Arruti.
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